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Páscoa garante uma espécie de “natal” para o produtor

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A chegada da Semana Santa reacende, todos os anos, uma tradição que vai muito além do simbolismo religioso. No campo, nas feiras, nos supermercados e até nas gôndolas de atacarejos, o consumo de peixes aumenta expressivamente. Em 2025, esse cenário está se confirmando mais uma vez e trouxe alívio e comemoração para o setor de pescados no Brasil, especialmente para os produtores de tilápia e tambaqui, principais espécies da piscicultura nacional.

O aumento da demanda nesta época do ano é tão marcante que a Páscoa é chamada, entre os produtores, de “o Natal dos pescados”. Segundo estimativas da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), as vendas de peixes crescem cerca de 30% durante o período, impulsionadas principalmente pela tradição católica de consumir peixe na Sexta-feira Santa. Como o Brasil ainda tem forte influência religiosa, o hábito continua sendo um motor importante para o setor.

Mas os bons resultados não se limitaram apenas ao mês de abril e à Semana Santa, o ano de 2025 já começou com boas perspectivas para os criadores de peixes, que vêm mantendo um ritmo considerado satisfatório de vendas desde o início da Quaresma.

Ao contrário do que normalmente acontece em anos anteriores, quando a proximidade da Páscoa costumava puxar os preços para cima, em 2025 o cenário tem sido diferente. A produção elevada registrada em 2024 garantiu estoques mais robustos, especialmente de filés de tilápia, o que contribuiu para manter os preços estáveis — e até para reduções pontuais em algumas regiões.

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A tilápia, aliás, é hoje a estrela da piscicultura brasileira. Representa cerca de 68% de toda a produção de peixes cultivados no país e segue em expansão. No último ano, sua produção subiu mais de 14%, com uma distribuição cada vez mais abrangente. Por ser um peixe leve, sem espinha e fácil de preparar, hoje é possível encontrar filé de tilápia em praticamente todos os supermercados do país.

Essa aceitação é tão grande que a tilápia se transformou na única commodity do setor aquícola. Presente em 90 países produtores e comercializada em 140 mercados consumidores, o peixe brasileiro também tem destino certo no exterior. Hoje, o Brasil exporta tilápia para 42 países. É, inclusive, a proteína animal cujo consumo mais cresceu no Brasil nos últimos 11 anos, com média de 10% ao ano.

E isso não vale apenas para os peixes nacionais. O setor de pescados em geral também teve bons números, com destaque para a polaca-do-alasca, que registrou queda de 15% no preço em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca). Essa redução é atribuída pelo setor a uma recuperação na produção na China e na Rússia, principais fornecedores do produto.

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Por outro lado, nem todos os peixes importados seguiram a mesma tendência. Produtos como salmão e panga ficaram mais caros por conta da alta do dólar. O salmão subiu cerca de 12% e o panga teve reajuste semelhante devido ao aumento da demanda em países europeus, especialmente o Reino Unido e o Leste Europeu, que vêm ampliando suas compras do Vietnã. E com a imposição de novas taxações pelos Estados Unidos, especialmente para produtos da China e do Vietnã, o mercado deve sentir os reflexos em dois ou três meses, projetam os especialistas do setor.

Outro ponto positivo observado pela indústria é a maior estabilidade no consumo ao longo do ano. Há uma década, o movimento era marcado por um pico de vendas em fevereiro e março e uma queda brusca nos meses seguintes. Hoje, essa variação é bem menor, sinal de que o pescado está entrando de vez na alimentação do brasileiro, que não o consome só por tradição religiosa, mas por hábito e gosto.

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

A urgente necessidade de um Plano Safra comprometido com a realidade do campo

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Em um contexto de incertezas climáticas, alta nos custos de produção e queda nos preços das commodities, o agronegócio brasileiro enfrenta desafios gigantescos. Recentemente, a deputada federal cuiabana, Rúbia Fernanda Diniz Robson Santos de Siqueira, mais conhecida como Coronel Fernanda (foto), publicou um importante artigo no site da Câmara dos Deputados, no qual denuncia a situação de abandono em que se encontram os produtores rurais do Brasil. No texto, ela destaca a importância do setor agropecuário para a economia nacional, afirmando que “o Brasil que dá certo começa no campo”, mas que, infelizmente, o que se observa hoje é um cenário de desamparo por parte das políticas públicas. O que ela descreve, Isan Rezende, presidente do Instituto do Agronegócio (IA), endossa completamente.

Conforme apontado pela deputada, o Plano Safra deveria ser uma política robusta de apoio ao campo, mas se transformou em uma plataforma de discursos ideológicos, sem compromisso real com a realidade do agro brasileiro. Rezende concorda com essa análise, afirmando que “o Plano Safra, tal como está, não oferece segurança ou suporte ao produtor rural, e é exatamente essa falta de apoio que coloca em risco a sustentabilidade da nossa produção agrícola”.

A situação do seguro rural, outro ponto mencionado pela deputada, é um exemplo claro dessa falha do governo. Como ela bem coloca, a “falta de recursos para o seguro rural é uma tragédia anunciada”, e isso só agrava os riscos enfrentados pelos produtores. Rezende reforça essa preocupação, destacando que o pequeno e médio produtor, que já não tem acesso às grandes estruturas financeiras ou ao capital estrangeiro, acaba sendo o mais prejudicado. “Sem um seguro adequado, sem crédito acessível, o produtor está à mercê de fatores que estão fora do seu controle, como as condições climáticas e as flutuações de mercado”, observa Rezende.

Isan Rezende, presidente do IA

Outro ponto importante citado pela deputada é a insistência do governo em empurrar o agronegócio para o mercado de capitais, com soluções que, embora funcionem em nichos específicos, não atendem à grande maioria dos produtores brasileiros. Coronel Fernanda critica o que chamou de “financeirização do campo”, uma estratégia que pode agradar a investidores internacionais, mas que não resolve os problemas concretos das regiões produtoras do Brasil, que lidam com seca, excesso de chuvas, pragas e falta de infraestrutura básica. Rezende, compartilhando dessa crítica, acrescenta: “A realidade do produtor rural brasileiro é bem diferente da visão que o governo tem do setor. A financeirização do campo pode ser uma solução para alguns, mas não resolve os problemas de quem está na linha de frente da produção”.

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Além disso, a questão da segurança jurídica, outro ponto levantado por Rúbia Fernanda, é essencial para garantir a estabilidade do setor. Ameaças de novas demarcações, morosidade na regularização fundiária e a imposição de moratórias sem diálogo apenas ampliam a incerteza no campo, afastando investimentos. “A falta de uma segurança jurídica clara é um dos maiores obstáculos para o crescimento do agronegócio”, aponta Rezende. “Sem um ambiente estável e previsível, o setor não pode se expandir de forma sustentável”, completa.

Isan Rezende também concorda com a deputada no que se refere à necessidade de uma reforma no Plano Safra 2025/2026. O plano precisa ser mais do que uma “peça publicitária”, como menciona Fernanda, para agradar a organismos multilaterais. O presidente do IA reforça que “o agro não é vilão. Pelo contrário, é o herói da economia nacional”. Ele destaca que é preciso tratar o produtor rural com o respeito e a seriedade que ele merece, criando políticas públicas que o enxerguem como parceiro e não como inimigo.

No final de seu artigo, a deputada Coronel Fernanda deixa claro que “o campo pede socorro”. E Isan Rezende faz um chamado similar: “É hora de parar de brincar com o futuro do Brasil. O agronegócio não pode continuar sendo tratado com indiferença. O campo exige políticas públicas que realmente apoiem o produtor rural brasileiro”.

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O presidente do IA conclui com um alerta: “O agronegócio brasileiro está pronto para continuar a sua contribuição para o país, mas para isso, precisa de um Plano Safra que ofereça crédito acessível, seguro rural fortalecido e, acima de tudo, segurança jurídica. Só assim conseguiremos enfrentar os desafios e continuar sendo a potência agrícola que o Brasil precisa ser”.

Fonte: Pensar Agro

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