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Safra de cana recua no Centro-Sul, mas produção de etanol bate recorde

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Mesmo com uma queda expressiva na quantidade de cana-de-açúcar colhida, o setor sucroenergético do Centro-Sul do Brasil conseguiu encerrar a safra 2024/2025 com um feito histórico: a maior produção de etanol já registrada. Foram mais de 34,9 bilhões de litros do biocombustível, superando a marca da safra anterior e reforçando o papel estratégico da agroenergia para o país.

Entre abril de 2024 e março de 2025, a moagem total da região somou 621,8 milhões de toneladas, quase 33 milhões a menos do que o volume processado na safra anterior — uma queda de 4,98%. Mesmo assim, a produção de etanol cresceu 4%, impulsionada principalmente pela maior destinação da cana para esse fim e pelo aumento expressivo do etanol de milho.

Os dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), em relatório quinzenal divulgado nesta segunda-feira (14.04), revelam uma safra marcada por dificuldades no campo, mas também por respostas rápidas e eficientes das usinas.

A queda na moagem tem explicação clara: o rendimento agrícola despencou. Após um ciclo excepcional em 2023/2024, a produtividade média das lavouras recuou 10,7%, ficando em 77,8 toneladas por hectare colhido. A seca prolongada e o estresse hídrico durante o desenvolvimento da cana foram determinantes para essa redução. O impacto foi ainda maior em São Paulo, principal estado produtor da região Centro-Sul, onde a produtividade caiu 14,3% em relação ao ciclo anterior.

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Além da seca, outro fator agravou a situação nas lavouras: os incêndios. Regiões produtoras, especialmente no interior paulista, enfrentaram uma onda de queimadas no segundo semestre de 2024, muitas delas provocadas por ação humana. Mesmo com o esforço das unidades industriais para conter os danos, as perdas foram inevitáveis.

A consequência direta da menor oferta de cana foi a redução na produção de açúcar, que caiu 5,31% em comparação com a safra anterior, totalizando 40,1 milhões de toneladas. Ao mesmo tempo, o setor decidiu destinar uma fatia maior da matéria-prima para a produção de etanol: 51,95% da cana colhida foi transformada em biocombustível.

Essa decisão se mostrou acertada. A demanda pelo etanol hidratado cresceu e puxou a produção, que saltou para 22,5 bilhões de litros — uma alta de 10,2%. Já o etanol anidro, usado na mistura com a gasolina, teve queda de 5,6%, fechando o ciclo com 12,3 bilhões de litros.

Um destaque importante, segundo a entifdade, foi o avanço do etanol de milho, que atingiu volume recorde de 8,19 bilhões de litros, representando quase um quarto de toda a produção de etanol da região. O aumento foi de mais de 30% em relação à safra anterior, mostrando que o cereal vem ganhando espaço no mercado de biocombustíveis.

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Mesmo com menos cana por hectare, a qualidade da matéria-prima colhida subiu. O índice de ATR, que mede a quantidade de açúcar recuperável por tonelada de cana, aumentou 1,33% e chegou a 141,07 kg por tonelada. Isso mostra que, apesar das adversidades climáticas e operacionais, as usinas conseguiram extrair mais rendimento da cana processada.

Outro ponto positivo foi a capacidade de adaptação da indústria. Mesmo em cenário desafiador, as unidades ajustaram o mix de produção e conseguiram ampliar a fabricação de etanol, especialmente o de milho, cuja cadeia vem se consolidando rapidamente no Brasil central.

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

A urgente necessidade de um Plano Safra comprometido com a realidade do campo

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Em um contexto de incertezas climáticas, alta nos custos de produção e queda nos preços das commodities, o agronegócio brasileiro enfrenta desafios gigantescos. Recentemente, a deputada federal cuiabana, Rúbia Fernanda Diniz Robson Santos de Siqueira, mais conhecida como Coronel Fernanda (foto), publicou um importante artigo no site da Câmara dos Deputados, no qual denuncia a situação de abandono em que se encontram os produtores rurais do Brasil. No texto, ela destaca a importância do setor agropecuário para a economia nacional, afirmando que “o Brasil que dá certo começa no campo”, mas que, infelizmente, o que se observa hoje é um cenário de desamparo por parte das políticas públicas. O que ela descreve, Isan Rezende, presidente do Instituto do Agronegócio (IA), endossa completamente.

Conforme apontado pela deputada, o Plano Safra deveria ser uma política robusta de apoio ao campo, mas se transformou em uma plataforma de discursos ideológicos, sem compromisso real com a realidade do agro brasileiro. Rezende concorda com essa análise, afirmando que “o Plano Safra, tal como está, não oferece segurança ou suporte ao produtor rural, e é exatamente essa falta de apoio que coloca em risco a sustentabilidade da nossa produção agrícola”.

A situação do seguro rural, outro ponto mencionado pela deputada, é um exemplo claro dessa falha do governo. Como ela bem coloca, a “falta de recursos para o seguro rural é uma tragédia anunciada”, e isso só agrava os riscos enfrentados pelos produtores. Rezende reforça essa preocupação, destacando que o pequeno e médio produtor, que já não tem acesso às grandes estruturas financeiras ou ao capital estrangeiro, acaba sendo o mais prejudicado. “Sem um seguro adequado, sem crédito acessível, o produtor está à mercê de fatores que estão fora do seu controle, como as condições climáticas e as flutuações de mercado”, observa Rezende.

Isan Rezende, presidente do IA

Outro ponto importante citado pela deputada é a insistência do governo em empurrar o agronegócio para o mercado de capitais, com soluções que, embora funcionem em nichos específicos, não atendem à grande maioria dos produtores brasileiros. Coronel Fernanda critica o que chamou de “financeirização do campo”, uma estratégia que pode agradar a investidores internacionais, mas que não resolve os problemas concretos das regiões produtoras do Brasil, que lidam com seca, excesso de chuvas, pragas e falta de infraestrutura básica. Rezende, compartilhando dessa crítica, acrescenta: “A realidade do produtor rural brasileiro é bem diferente da visão que o governo tem do setor. A financeirização do campo pode ser uma solução para alguns, mas não resolve os problemas de quem está na linha de frente da produção”.

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Além disso, a questão da segurança jurídica, outro ponto levantado por Rúbia Fernanda, é essencial para garantir a estabilidade do setor. Ameaças de novas demarcações, morosidade na regularização fundiária e a imposição de moratórias sem diálogo apenas ampliam a incerteza no campo, afastando investimentos. “A falta de uma segurança jurídica clara é um dos maiores obstáculos para o crescimento do agronegócio”, aponta Rezende. “Sem um ambiente estável e previsível, o setor não pode se expandir de forma sustentável”, completa.

Isan Rezende também concorda com a deputada no que se refere à necessidade de uma reforma no Plano Safra 2025/2026. O plano precisa ser mais do que uma “peça publicitária”, como menciona Fernanda, para agradar a organismos multilaterais. O presidente do IA reforça que “o agro não é vilão. Pelo contrário, é o herói da economia nacional”. Ele destaca que é preciso tratar o produtor rural com o respeito e a seriedade que ele merece, criando políticas públicas que o enxerguem como parceiro e não como inimigo.

No final de seu artigo, a deputada Coronel Fernanda deixa claro que “o campo pede socorro”. E Isan Rezende faz um chamado similar: “É hora de parar de brincar com o futuro do Brasil. O agronegócio não pode continuar sendo tratado com indiferença. O campo exige políticas públicas que realmente apoiem o produtor rural brasileiro”.

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O presidente do IA conclui com um alerta: “O agronegócio brasileiro está pronto para continuar a sua contribuição para o país, mas para isso, precisa de um Plano Safra que ofereça crédito acessível, seguro rural fortalecido e, acima de tudo, segurança jurídica. Só assim conseguiremos enfrentar os desafios e continuar sendo a potência agrícola que o Brasil precisa ser”.

Fonte: Pensar Agro

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